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CONHEÇA AGORA A HISTORIA REAL E OFICIAL DO CULTIVO DO CACAU NO SUL DA BAHIA


 ABORDAGEM HISTÓRICA - A HISTORIA REAL E OFICIAL DO CULTIVO DO CACAU NO SUL DA BAHIA



Por volta de 1650, pouco antes do declínio da exploração econômica do pau-brasil, a Coroa Portuguesa instituiu a figura do Juiz Conservador das Matas. Em Cairu (Bahia, Brasil), instalou-se uma das mais importantes Comarcas para proteger as espécies arbóreas de interesse e nominadas em Lei. Ficou também recomendado, pelo Vice-Rei D. Vasco Mascarenhas, Conde d’Óbidos, que, por ocasião da exploração madeireira, nas clareiras abertas, deveriam ser plantadas essências arbóreas, especiarias e fruteiras, identificadas pela Coroa Portuguesa em suas conquistas além mar, como espécies de grande importância comercial que deveriam ser mantidas em segredo, dentre elas estava o cacau.

Data de 1665 os relatos históricos das primeiras sementes de cacau plantadas em solo baiano na Comarca de Cairu. Em 1679, o seu cultivo foi oficialmente instituído, por meio de Carta Régia que autorizava os colonizadores a plantá-lo nas terras conquistadas pelos portugueses; mas, somente a partir de 1746, às margens do rio Pardo na fazenda Cubículo, Comarca de Canavieiras, é que foi estabelecido comercialmente como lavoura e, já em 1783, era importante na economia regional.

Região Cacaueira do Sul da Bahia


No final do século XIX, a cacauicultura tornou-se o principal sustentáculo agro econômico do Sudeste da Bahia, consolidando-se como a mais importante região produtora do País. Assim surgiram as primeiras referências à introdução de plantios de cacau no Brasil e na Bahia.

A REGIÃO CACAUEIRA E O SISTEMA CABRUCA
A região cacaueira baiana identifica-se singularmente por possuir um perfil diferenciado de outras regiões, em decorrência dos arranjos agroeconômicos, tecnológicos, políticos e culturais. Esse espaço vivido criou uma identidade regional diferenciada que o tornou conhecido como Civilização Cacaueira e ou Nação Grapiúna.
Esse espaço, costeando o Oceano Atlântico (41º 30’ W, 13º e 18º 15’ S), ocupa uma área em torno de 10.000 km2 e tem no cacau cabruca, sua principal identidade histórico-cultural e seu sustentáculo econômico.
Intrínseco da região cacaueira da Bahia a Cabruca, vocábulo de tom forte e peculiar, é um termo genuinamente baiano. Há evidencias que tem procedência em expressões encontradas no dileto tupi-guarani. Elementos lingüísticos que os caracterizam e os ligam a sua primeira designação que foi Cabroca; onde Caá = mato, planta em geral e Oca = casa, abrigo, ocar. Onde a sua junção – caá oca -, significa roçar, ocar a mata cortando arbustos e árvores pequenas para o plantio de cacau, ou seja, criar a “casa”, o abrigo do cacaueiro. Firmando-se posteriormente, na sua forma mais eufônica, Cabruca.
Regionalmente, esse conceito inicial ainda está muito arraigado a historia e a cultura da civilização do cacau (Lobão e Setenta, 2002; Lobão et al., 2007). O ato de brocar as matas para o plantio do cacau foi sendo aprimorado ao longo de mais de 250 anos e, associado a fatores culturais, gerou um modelo de produção agrossilvicultural refinado – o sistema cabruca; o qual proporciona benefícios agrossilviculturais, ecológicos e sociais, que apresenta vantagens agroambientais sustentáveis quando comparado a outros sistemas tropicais de produção agrícola.
A integração do cacau cabruca ao ecossistema regional é inconteste; contudo, mesmo não sendo um elemento natural, o cacaueiro está perfeitamente integrado, podendo ser considerado como uma espécie naturalizada, uma vez que protege, interage e beneficia-se dos recursos naturais da região Sudeste da Bahia.

Dan Érico Lobão – Eng.Florestal,DSc
Wallace Setenta – Eng.Agrônomo,MSc



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